domingo, 17 de fevereiro de 2008

A semana em revista

É ao som de um vento forte soprando nas árvores em terras mouras, que escrevo nesta madrugada de sábado (já Domingo), em que diz quem esteve lá fora - está um lindo luar.

A pedido de muitas famílias aqui vai mais um rasgo da minha partilha e vivências :)

A semana começou com uma despedida. Mas não foi uma despedida triste! Pelo contrário- foi o fechar de um ciclo que me orgulho de te escolhido. E por que não ir passar um ano ao Porto? Na verdade, foi mais de um ano. Conheci uma nova cidade, pessoas, modos de vida, de pensar, de agir, as tradições, as crenças, o bairrismo, o acolhimento, a simpatia, a cusquice, o culto da esplanada e do shopping, o passar de boca em boca, a gastronomia, o vinho...

Um sem número de coisas, das quais não me tinha despedido.

Voltei lá e disse adeus. Ao rio, à serra do pilar, às pontes, à Foz, ao mar, às esplanadas, à marginal, a Gaia, à casa, à noite... e à gente! Não faltaram jantares e cafés descontraídos e peripécias nocturnas que vão ficar na memória (mesmo que não seja na minha memória de formiga, serão certamente para recordar).

Timor entristeceu-me. Sem nunca lá ter ido, sinto como se fosse um pouco de nós (portugueses) e sofro. Há tanto que me revolta...

E foi o dia de S. Valentim. Perdi-me a rir com uma mensagem a meio da manhã! Admirei os audazes que escreram em letras grandes no alcatrão ou colocaram faixas na calçada de carriche "Amo-te". Passei-me com as sms da operadoras móveis. Reflecti com a publicidade do Mon Cherri.

Nas minhas arrumações, dei por mim a ler jornais com quase um mês! Mas tão actualizados. Obama, Clinton, a recessão, a crise imobiliária em Espanha...

Lidar com bur(r)ocracia nunca foi o meu forte. Esta semana fui mais uma vez posta à prova, o que esgota a minha já escassa paciência.

Problemas informáticos também estiveram na ordem do dia. Dos dias! Não há nenhum prémio para a persistência? Esperava mais resultados...

Rever uma amiga. Conversas e prendas de Natal em atraso.

O Benfica ganhou.

Já com a semana a terminar uma decisão de última hora de vir de transportes. A triste constatação que já não sou "jovem" e que o bilhete fica um pouco mais caro. "Só temos em 1ª classe" - aí lembrei-me "Ah! Mas têm um acordo com a Ordem."
Encontar uma colega de liceu. Tão longe. Tão perto. Tão bom. Números de telefone trocados e a promessa de um café para por 10 anos de conversa em dia.
A viagem. O luxo da 1ª classe. O jornalzinho, e a simpatia "Só um por pessoa!". Lá tive de me contentar só com o Financial Times.
Sol de pouca dura, porque quando o sono aperta... deixo-me cair nos seus braços. Acordo com "Se houver algum médico neste comboio, por favor dirija-se ao bar." pelo altifalante.
Ainda meio entorpecida levanto-me e dirijo-me ao bar. Ora aqui está o reverso do descontinho no bilhete. Deixei de ser jovem. Agora sou médica.
Acompanharam-me junto de uma senhora que se estava a sentir mal. Fiz a minha avaliação da situação e dei um parecer. Ao exame físico nada objectivável. Havia sem dúvida uma componente psicológica. Lembrei-me dos ensinamentos desta semana. A importância do contacto físico, do tocar, do escutar. Vieram chamar-me novamente "Sabe, a senhora disse que se sentiu melhor enquanto lá esteve, não se importa de ir falar com ela?".
Lições deste dia:
As "urgências" são mais que pernas partidas ou paragens cardio-respiratórias.
E mesmo quando achamos que sabemos ou podemos fazer pouco, já fazemos muito.
Ser médico é "um dever e uma arte".
Chove, neste ALgarve que revisito. O meu avô vai ficar contente, porque as suas sementeiras vão dar mais fruto. O meu cahorro porque a terra fica mais mole para ele poder escavar nas suas brincadeiras. E eu porque estou em casa, no quentinho a ouvir chover lá fora.

Boa noite!

Amanhã (hoje!) o Kosovo proclama a sua independência. Estou curiosa. é sempre diferente quando ouvimos relatos na 1ª pessoa, de quem vive o sentimento. Adoro conhecer pessoas! Quando me perguntarem os meus hobbies vou dizer: Viajar e conhecer pessoas!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Coisas que me escapam

Uma multa de estacionamento, com um parquimetro a 2 metros.

Chegar a casa e constatar que esteve um rapariga presa no elevador durante 45 minutos. Ao ser liberta a primeirca frase que ouve é: "Dê-me os seus dados pessoais por favor".

Terem sido chamados os bombeiros e a polícia, e quem efectivamente veio salvá-la, vestia uma fato azul com uma inscrição bordada "mergulhador".

No dia seguinte, o elevador inutilizado era o do lado, exibindo uma placa "inspecção de segurança".

Nunca ter subido ao último andar do prédio.

MGF, mutilacao genital feminina

Receber mensagens de boa sorte, sem saber bem porquê.

Esquecer a data de aniversário da melhor amiga, que conheço desde que nasceu; em contra-partida, lembrar uma data que nunca devia ter acontecido.

Baixar as defesas, acreditar; e descobrir que a hipocrisia mora ao lado.