quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

48 horas

A pouco mais de 48h de chegar à pátria
gozo o facto de estar doente.

Doente, não... é uma palavra muito forte.

"I have cold" escrevia na mensagem aos meus colegas esta manhã, num (talvez) acto falhado.

Um dia passado na cama rodeada de flores de amendoeira.

Quando era pequena, quase todos os anos celebrávamos a Primavera na escola, recriando amendoeiras em flor (típicas do meu Algarve) usando para isso folhas de papel higiénico brancas e rosa.

Já não há lenços que cheguem, voltei-me para o suave papel cor-de-rosa.
Não tenho anti-histamínico. Não tenho o leitinho com mel (que eu tanto odiava), nem os miminhos da mamã.

O mundo agora é outro, e acordo com o telefonema do secretário a meio da manhã "Your first patient is here". De alguma forma a mensagem que deixei no atendedor da clínica cedo, não chegou ao destino. A meio da manha, depois de mais umas voltas na cama e o nariz vermelho que nem um tomate, volto a pensar nos meus doentes da enfermaria. Não resisto e contacto os meus colegas "could you kindly chase the new admission's blood results and keep an eye on Patricia G.?"


Tento ler, não consigo. Tento dormir, não consigo. "Irritable mood", viria na minha descrição do estado mental... mas estou no outro lado.

O papel branco acabou ontem à noite. O rosa dá agora o toque de sua graça.
Uma semana planeana ao milimetro, (ou devo dizer segundo?!).
Saudades de coisas estranhas. Expectativas difíceis de definir. Um sorriso nos lábios.

Sabe bem saber que vou voltar.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Luzes de Natal

Em pleno Dezembro acordo com o sol a espreitar entre as cortinas da janela (vantagem de não ter persianas).

Lá fora um relvado branco, com esquilos as saltos entre as árvores a atravessar a cerca, rumo àqueles descampados que há uma mês explorava com D.

Porche descapotável coberto de um manto branco. Ainda de pijama, calço as sapatilhas e coloco o lixo lá fora. Desportistas domingueiros fazem o seu joging matinal.

Afinal, não está assim tanto frio. Na verdade... até sabe bem o friozinho na cara pela manhã como me dizia alguém há um ano atrás.

Volto a casa e no quentinho do lar, organizo o quarto e toda a tralha que se acumulou no chão de uma semana bem intensa de acontecimentos profissionais e sociais.

O resto do dia passado frente ao computador a “pôr a casa em ordem” como lhe chamo.

Responder ao que ficou em atraso e programar a agenda para a semana que se avizinha.

Não sei se agradeça ou recrimine o inventor desta nova forma de comunicação.

Uma tarde passada frente a esta máquina, mas um impagável networking, matar saudades de alguns amigos que vão aparecendo “por aqui”, contando as novidades, fazendo convites ao mesmo tempo que trabalho. E a música ao final do dia em http://www.ruc.pt/

E foi nos últimos 2 dois dias que vi as lojas a encherem-se de “gente natalícia”. Desde o supermercado ao pub, “White Christmas” faz cócegas na membrana timpânica.

Está quase…

Até breve!



Foto de Daniel Pinto Regent Street

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

domingo, 16 de novembro de 2008

Liquid Psychiatry


No comments...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A Paz no meio do ruído...

Não sei o que tem, não sei porquê, nem entendo o dizem, mas...
de alguma forma sub/in/consciente
exprime os meus sentimentos dos últimos dois dias.

Partilho convosco

Sigur Rós - Hoppípolla (Heima)


Obrigado F.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Guy Fawkes night

"Tomorrow we´re going to a big fireworks display... you should come, its very british!" K.J.

Olhando um bocadinho para a história não sei se devia, mas... se é para me integrar nesta nova cultura, é preciso algum grau de tolerância.

Num país que vive quase obcecado com segurança e alarmes de incêndio, eu não queria acreditar que qualquer um se pode dirigir ao supermercado e comprar fogo de artificio para acender no seu quintal.
Quer dizer, entretanto acharam melhor proibir as crianças de o comprar...

Ainda pensei que "fireworks" pudesse ter algum outro significado, do tipo... foguetes?! mas não!
É efectivamente fogo de artifício!

Fica a promessa de no próximo ano fazer festa no quintal de casa e acender fogo de artifício!

Para já, a memória de uma semana que começou com Halloween e fogos pelo céu de toda a cidade que duraram até ontem.

sábado, 1 de novembro de 2008

Fitting in


Hoje comprei uns Clarks.
Passei pela Boots e Sainsbury´s.
Fui ao banco e voltei a falar com o meu gerente de conta (aquele que descobri ter sido meu vizinho enquanto vivi em Barcelona). "Oh my God! Your English is so much better since last time..."
Fui almoçar a um italiano a Leicester Square. Antes ainda perguntei ao meu amigo "Como está a chover não sei se ainda queres ir..." "Claro! Mas a chover está sempre!"
E no regresso, compras no supermercado local.
Em casa usei o último saco plástico "continente" para o lixo doméstico.
À minha volta neste momento, livros e papéis em inglês. Post-its e apontamentos escritos por mim (em inglês). Uma Coke made in GB. No frigorífico pints de leite e no armário chá e bolachinhas.
Detector de incêndio no quarto e janela sem persianas.
Ontem na urgência, uma enfermeira portuguesa insistia em falar comigo em inglês mesmo quando não estava ninguém na sala.
A ida ao pub entrou na rotina de 4ª feira.
E ontem comprei bilhetes para dois musicais...

Fitting in?!

domingo, 12 de outubro de 2008

Lua e joaninhas


É frente a uma enorme lua,
numa noite amena, que escrevo
do lado de cá da janela,
do lado de cá do ecrã.

Sempre à espera do melhor momento,
da mais pura inspiração
chegámos a Outubro.
Houve vários momentos, e
a inspiração surge das experiências diárias, quase todas novas.

Tanto para dizer,
tão pouco tempo...
para tudo.
Para contar, para descrever, para assimilar, para sentir.

Quase que dava um livro. Já pensei até em vários capítulos...
I Dress code - a roupa
II Fish n' chips - a comida
III light showers - o tempo
IV - Asians - a multiculturalidade
V A primeira vez... - para tudo
VI Tea and coffee
VII NHS - o sistema
VIII a língua e a gíria
IX casa, banco, contratos, internet, telemóvel e afins
X Sainsbury´s, Tesco, Boots, Argos
XI Team Leader, care co-ordinator, senior house officer
XII acrónimos e mnemómicas...
XIII Big Brother e CCTV
XIV Nando´s, Pim´s e Gin Tónico
XIV Raposas, esquilos e joaninhas
... ... ...
...

É na expectativa que um dia terei tempo para tudo isto
que termino hoje, com a recordação do momento alto do Verão passado,
- o nascer do sol na praia, depois de uma noite quente
e o momento alto deste Verão,
deitada na relva dum jardim duma casa londrina a ver o céu
- não as estrelas - e discutir razões para tal

Joaninhas, (refiro-me aos bicharocos!)
que tal como eu
vestem vermelho e preto neste momento

Chegou o Outono!

Até já!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Novos Desafios


Quase no fim do Verão,

em jeito de quase retrospectiva (perdoem-me, não tenho tido acesso à net),

aqui fica o relato do que me tem preenchido os dias...



Houve um dia uma vontade,

de voar mais alto, de ir mais além,

houve um esforço,

dedicação, um concurso,

vários avisos do alto grau de competitividade,

percalços e mãos amigas.

Por que não tentar? Sempre fui contra a inércia e contra o "acomodar"...

Se fosse fácil não tinha piada.

E o resultado superou as expectativas - um lugar no hospital da 1ª opção!

Depois houve conversas e reflexões de vária ordem, que pesaram no prato da balança.

A decisão foi abraçar o desafio!



Bethlem talvez reconheçam da literatura, pela sua natureza secular. Maudsley e IOP (Institute of Psychiatry), talvez não diga nada a muitos, mas é um local de referência na área da Psiquiatria.



E é assim que vou passar os próximos tempos da minha vida, na cosmopolita, enublada, chuvosa, mas sempre cativante - cidade de Londres! a fazer aquilo que gosto, a aprender e descobir este mundo que me fascina!



Visitas são bem-vindas!



Partilha das novas sensações e experiências, on-line asap :)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Verão


Noites quentes, de lua cheia a ver o mar e dormir na praia.

Sons suaves na rádio.

A janela aberta para o infinito e o sossego da cidade.

Retomar desenhos a carvão. Camisinhas de dormir; o amarelo na pele morena.

Cabelos molhados que escorrem pingas pelas costas, e tocam a região sagrada.

O som das cigarras do lado de lá da janela. A cama de baloiço a ver o mar.

Tops e camisolas de alcinhas.

Peixe assado para o almoço, batata com oregãos e salada de tomate. Pimentos assados.

Areia nos locais mais inesperados!

Rir e correr na praia. Perder o bikini na rebentação das ondas e mergulhar...

Martini bianco, com 2 pedras de gelo por favor. Em copo próprio.

Marisco, e concertos de Verão. Festas na praia e festas de verão.

Cerejas! figos! damascos! melancia!

A Joana de psicologia. As amizades de verão.

As viagens. Caracóis definidos esvoaçando.


É tão bom. Sabe tão bem... porque dura tão pouco?

Saudades dos verões de 3 meses...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Uma questão de perspectiva

Tantas vezes que reflecti sobre a vida, nunca consegui chegar tão longe como a perpectiva que a seguir vos apresento!

Enjoy!


Next Life by Woody Allen

Na minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente.
Começar morto para despachar logo esse assunto.
Depois acordar num lar de idosos e
sentir-me melhor a cada dia que passa.
Ser expulso porque estou demasiado saudável,
ir receber a pensão e começar a trabalhar,
receber logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma.
Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo,
e depois estar pronto para o liceu.
Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se.
Não temos responsabilidades e ficamos um bebé até nascermos.
Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo
com aquecimento central, serviço de quartos à descrição
e um quarto maior de dia para dia
e depois Violá! Acaba como um orgasmo!
I rest my case.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Leituras

Hoje terminou a Feira do Livro de Lisboa.
Creio que foi a primeira vez nos últimos anos que não fui a uma feira do Livro.
Porquê?
Não sei.
Nos últimos anos também tenho andado a coleccionar livros. Mesmo sabendo que a "pilha de livros por ler" na minha "estante"* já é considerável, não resisto a comprar mais um, esse sim que acho que vou realmente ler em breve, em um qualquer evento, feira ou livraria.
A estes somam-se os de bookcrossing, os emprestados, os "emprestadados", os oferecidos e os... técnicos!
Para as minhas leituras em muito contribuem os jornais e revistas em atraso.
Na piscina do topo do prédio, lugar que estreei este fim-de-semana, partilhei o soalho quente e a vista sobre o verde do aeroporto com outros seres: torrados, maquilhados e leitores assíduos de VIP e Caras.
Antes que pudesse elaborar qualquer tipo de conjectura, olhei para mim. Que tristeza... lia um jornal com dois dias, e, no chão, a Visão e a Pública (esta também com quase uma semana) que não cheguei a ler.

Preciso mudar de hábitos!



*para quem conhece o meu actual poiso, percebe porque tenho "estante" entre aspas

sexta-feira, 13 de junho de 2008

2 milhões de anos de Economia

No dia em que terminei "2 milhões de anos de Economia" de J. César das Neves*,

fico com o depósito de combustível do carro na reserva,
o que me leva a várias incursões por estações de serviço,
que resultaram na mesma informação transmitida por várias formas, "Esgotado"!

e,

não há alface no supermercado para o meu almoço!


Nese dia Portugal jogou, e o país parou. "O Euro chegou, a crise vai ter de esperar" escrevia-se num título do Público.

Irlanda rejeitou o Tratado de Lisboa. Agora espera-nos o desconhecido.



Crise de combustíveis e crise alimentar no séc XXI?
Que nos reservam os próximos milhões de anos?




*livro sinóptico que recomendo a qualquer leigo em Economia. "(...) permite eliminar muitas confusões comuns, porque a principal maldição da economia é a ignorância do óbvio."

terça-feira, 3 de junho de 2008

Música

Incrível como consegue tranformar um momento.
Incrível como se apodera da nossa mente.

Música preferida: aquela que me lembra um momento, um lugar, uma pessoa...

Música que nos faz viajar. No mundo interior e no mundo exterior.

Criatividade para cômpor. Criatividade para modificar.

Música que me faz querer dançar. Sozinha. Acompanhada.

Aquela que faz sorrir... e aquela que faz chorar.

A que me dá força para viver e para querer esquecer.

A que me arrepia até ao tutano. A que me acalma. A que me consola.

A que me entende. Não importa o assunto, a língua, o estilo.

A que gosto de partilhar e a que guardo só para mim.

Os momentos mais íntimos. A histeria colectiva!

Contrastes. O meu primeiro festival aos 15 anos. Os concertos da Gulbenkian. Vibrar num concerto à chuva e adormecer noutro de pé. As serenatas da residência. A queima. O pó dos recintos. O luxo de boas salas de espectáculo. O prazer de receber no mail a composição de um amigo. O prazer de ouvir um solo de outro amigo. O prazer de ter no dia de aniversário duas amigas a dedicarem uma canção. Chorar de alegria e chorar de tristeza.

Que bom poder sentir tanto.

Partilho convosco (e com direito a entrada já ali ao lado) a criatividade de um amigo. Parabéns N.!
http://www.myspace.com/funkyboyone

Partilho ainda a selecção, de covers e remixes, que me vêm acompanhando numa base quase diária (também com entrada ali ao lado). Adorei o #100 (cover e mix!) Gostei F.! Fico a aguardar pelo #1000
http://www.coveremix.blogspot.com/

O mundo ao contrário II

Tenho um amigo que está neste momento em Berlim de chinelo e t-Shirt, numa esplanada nocturna, a uns míseros 31ºC!!!

Como hei-de dizer isto...
... no comments!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Your mind is green




Of all the mind types, yours has the most balance.
You are able to see all sides to most problems and are a good problem solver.
You need time to work out your thoughts, but you don't get stuck in bad thinking patterns.

You tend to spend a lot of time thinking about the future, philosophy, and relationships (both personal and intellectual).


What color is your mind?


Isto há testes para tudo!



Às vezes quase num gesto de acefalia, seguimo-los e no final... ficamos a pensar no assunto, à medida que a massa cinzenta se volta a acomodar no espaço que é seu

domingo, 25 de maio de 2008

Alentejo

Foi na companhia de Jazz e Mariza, ao lado de um exímio condutor, num Smart descapotável pela nacional, que pude voltar a apreciar a paisagem alentejana.
Os montes amarelos, verdes, castanhos, lagos, o azul do céu e flores vermelhas debaixo de pinheiros. Hoje descobri quando e onde foram tiradas aquelas fotos que nos mostraram na viagem ao Alentejo de Dezembro.

A paragem da praxe no Canal Caveira, queijo tipo Serpa, o cheiro a enchidos, as sandes de pão alentejano, e os castiços sentados na mesa do café. Contraste com a típica estação de serviço.

Ao chegar a Lisboa, depois de passar a ponte pelos "buraquinhos", caracóis quase desfeitos pelo vento, ao pôr do sol, mais um retrato de contraste:

o Aqueduto das Águas Livres e um avião Easyjet no mesmo campo de visão.

Se os meus olhos fossem uma objectiva,

a minha mente um ecrã gigante,

e os meus neurónios um cartão de memória infinita...


segunda-feira, 12 de maio de 2008

A música da noite



Que eu nunca tinha ouvido...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Dia da Europa




Presidente da República promulgou ratificação do Tratado de Lisboa.

A 09 de Maio celebra-se o Dia da Europa em toda a União Europeia (UE) por ter sido nesta data, em 1950, que o então ministro dos Negócios Estrangeiros francês Robert Schuman lançou o "embrião" do que viria a ser o processo de integração e unificação europeia.

domingo, 4 de maio de 2008

Poema à Mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe.

Tudo porque já não sou
o menino adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio do laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade

terça-feira, 22 de abril de 2008

O Reencontro

A visita de amigos é mais que um motivo de alegria, de reencontro, de troca de afectos, experiências... é também uma desculpa para se sair obrigatoriamente da rotina.

Não importa que já se esteja cansado ou que as condições não sejam as melhores.

O bom programa é feito de acasos e improvisos!



Uma noite de Bairro molhada. Uma despedida de solteiro.



Vinho alentejano, vinho do Douro, Porto, cerveja, água da torneira, sumo de laranja do Algarve e um Martini Bianco por abrir colocado no frigorífico...



Carne grelhada em casa, Ameijoas à Bulhão Pato, Bacalhau à Lagareiro, McDonnalds, Pastéis de Belém, Bacalhau à Brás congelado do Pingo Doce, gelado, tarte de maçã...



O Roteiro turístico já tantas vezes percorrido, em situações semelhantes, mas sempre com novas descobertas e reflexões.



"Tocaste no Oceano Atlântico?" "Não, ele é que me tocou."



E foi ali, junto ao Padrão dos Descobrimentos, ao som dos índios mexicanos que já conhecemos de outras paragens, atenta ao Mapa Mundo na caçada, tantas vezes fotografado, que parei para pensar.



Como se fosse a primeira vez que olhava para ele, fui percorrendo os locais e as datas, e imaginei-me naquela época.
A vitória em cada bocado de terra mais além que se descobria. A incerteza, a insegurança, a vitória, a derrota.
Que audazes, estes portugueses! Ousaram eles mudar a concepção de mundo que se tinha.
Afinal era possível chegar à Índia. Afinal havia a América.

Que aconteceu a estes audazes? Agora encurralados num rectângulo de terra que muitos julgam ser uma província de Espanha?



Está na altura de iniciar a Era dos Descobrimentos parte 2! Já não há terra para descobrir (ou haverá?)
Vamos descobrir algo mais grandioso - o Conhecimento!

Nada melhor para enriquecer o conhecimento, que uma boa dose de arte e música.

Primeiro, o Museu Berardo. Entre fotografia, pop-arte, surrealismo, minimalismo...
Destaco o quadro "O Reencontro" e desafio quem lá for a me deixar o seu comentário sobre o mesmo. Destaco ainda a escultura a quem ninguém ficará indiferente de dois corpos nus, tão expressivos, tão reais. Tanto esforço e dedicação investidos naquela obra, pensada ao pormenor, e umas perucas tão artificias?

E eram os Dias da Música.
"Aonde?"
"Sai, vira à esquerda, segue em frente e desce umas escadas, depois é à direita."
"Ah! Obrigado!"

"Onde vai tanta gente? Que haverá ali em cima?"
"Vamos também."

"Os bilhetes por favor?"
"Bilhetes?"
"Sim."
"Ah! É preciso bilhetes?!"
(Aceno de cabeça)
"E agora? Como faço?"
"Eu tenho 2 para oferecer, quer?"
"Sim!"

E foi assim, que dum momento para o outro, um desconhecido nos ofereceu 2 bilhetes para o Grande Auditório do CCB, e passámos uma noite diferente.

Obrigado!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Life is...


aspiration

respiration

expiration.




S. Dali

quarta-feira, 26 de março de 2008

Novas tendências

O "quer-frô" do Bairro Alto, vende gerberas em vez de rosas.

O cego-músico do metro de Lisboa, exibe novas composições.

As discussões entre namorados terminam com um banho de sangria azeda.

Os polos Quetchua, vestem 1/3 dos doentes do Catus.

Os óculos da senhora do metro (que quase-juro é a 3ª vez que a vejo), esgotados em muitas lojas do mundo, podem ser adquiridos em caliroots.com - minha descoberta de hoje na DIF de Março. São SUPER Retro.

O penteado super-eighties da secretária da vacinação, com direito de antena no telejornal.

Substituir as irreais manequins de campanhas publicitárias por desenhos reais de Marie Blanco Hendrickx.

Ser acompanhante de luxo: ter vantagens em ser comida.

Os homens e o seu creme de mãos.

Comentários culturalizantes no Boletim Meteorológico da Sic Notícias.

Publicar um artigo.


Mas há coisas que não mudam...
E Portugal voltou a perder com a Grécia...

Foto: www.photographycorner.com

sábado, 15 de março de 2008

Solo

Solo a Ciegas (con lágrimas azules)
Rasgado do Público numa madrugada de sábado há cerca de 2 semanas.

"Vais ao bailado?"- a sms que me fez levantar do sofá onde adormeci toda a tarde, com a intenção primária de ler um livro.
Peguei no telefone "Já temos muito poucos bilhetes, e não fazemos reservas"
Cheguei ao local e o cenário pré-anunciado confirmou-se - "Já não há bilhetes, quer ficar em lista de espera?". O espectáculo começou e vi os últimos bilhetes desaparecerem nas mãos de pessoas que à minha frente e de todos os outros que não tiveram a mesma sorte, não se coibiram de mostrar a sua satisfação. Pena que trabalho amanhã.

Será este um "Sabor da Sandia" versão 2?? Aquele filme que não vi no festival de Barcelona em 2005, que perdi em várias salas de cinema alternativo no Porto em 2007/8? Não pelo que possam valer, mas pelo percurso da vontade, ainda não desisti (de ambos).

Depois do convite feito a diferentes personalidades, perguntei "Faz sentido ir sozinha?" "Claro que faz!" - responderam-me do outro lado da linha, na mesma linha (de pensamento) "No anonimato dessa grande cidade, é o que faz mais sentido"
Confirmei pelo número de pessoas na mesma situação.

A frustração do momento levou-me a entrar num (mais um) shopping, em busca de um livro que me desse motivação para a próxima viagem. Antes que encontrasse uma livraria (se é que existe) passei pelas bilheteiras de um cinema cuja existência desconhecia. Num impulso comprei um bilhete, com desconto de estudante, para um filme que havia começado há 15 minutos. Este país não é para velhos.
"Dois?""Um, por favor".

Solo...

Porque é que as pessoas vão ao cinema acompanhadas? Trata-se de uma actividade individual. Em tempos já tinha feito este mesmo tipo de reflexão. Foi a minha companheira de piso, H, venezuelana, acérrima defensora de idas a solo ao cinema que me convenceu a experimentar. É realmente diferente. Foi uma experiência positiva que até hoje, nem sei bem porquê não tinha repetido. A atenção e envolvência que se dedica, compensa em larga escala a falta daquele pavilhão auricular ao lado, para a partilha. Mais uma vez choquei-me com a pressa das massas de sair em vez de aproveitar os momentos finais, normalmente com uma música aconchegante. Pressionada não consegui manter-me até ao fim, mas foi melhor que nada. Nota positiva para uma sala em que imperava o silêncio durante o filme, ocasionalmente interrompido pelo casal que atrás ou ao lado, resolvia trocar uns afectos.

Solo...
"No anonimato dessa grande cidade"
Anonimato? Quando o meu porteiro, sem eu nunca ter falado com ele, ou dado abebébias para qualquer tipo de intimidade, sabe tudo sobre mim, onde a esteticista além disso ainda faz perguntas tão íntimas que nem sei se com as minhas amigas teria essa conversa, onde em cada saída encontro sempre alguém conhecido... que anonimato?
Talvez Lisboa se tenha tornado uma cidade pequena demais para mim. Mesmo sem ter conhecido ainda todos os seus recantos ou encantos.

Solo...
Sim, este Verão quis viajar sozinha. Será assim tão estranho?

Solo...
Porque bebo um café solo. Porque gosto!


Um beijinho especial àqueles com quem gosto de partilhar e que partilham comigo, apesar de todo o desejo do solo

domingo, 17 de fevereiro de 2008

A semana em revista

É ao som de um vento forte soprando nas árvores em terras mouras, que escrevo nesta madrugada de sábado (já Domingo), em que diz quem esteve lá fora - está um lindo luar.

A pedido de muitas famílias aqui vai mais um rasgo da minha partilha e vivências :)

A semana começou com uma despedida. Mas não foi uma despedida triste! Pelo contrário- foi o fechar de um ciclo que me orgulho de te escolhido. E por que não ir passar um ano ao Porto? Na verdade, foi mais de um ano. Conheci uma nova cidade, pessoas, modos de vida, de pensar, de agir, as tradições, as crenças, o bairrismo, o acolhimento, a simpatia, a cusquice, o culto da esplanada e do shopping, o passar de boca em boca, a gastronomia, o vinho...

Um sem número de coisas, das quais não me tinha despedido.

Voltei lá e disse adeus. Ao rio, à serra do pilar, às pontes, à Foz, ao mar, às esplanadas, à marginal, a Gaia, à casa, à noite... e à gente! Não faltaram jantares e cafés descontraídos e peripécias nocturnas que vão ficar na memória (mesmo que não seja na minha memória de formiga, serão certamente para recordar).

Timor entristeceu-me. Sem nunca lá ter ido, sinto como se fosse um pouco de nós (portugueses) e sofro. Há tanto que me revolta...

E foi o dia de S. Valentim. Perdi-me a rir com uma mensagem a meio da manhã! Admirei os audazes que escreram em letras grandes no alcatrão ou colocaram faixas na calçada de carriche "Amo-te". Passei-me com as sms da operadoras móveis. Reflecti com a publicidade do Mon Cherri.

Nas minhas arrumações, dei por mim a ler jornais com quase um mês! Mas tão actualizados. Obama, Clinton, a recessão, a crise imobiliária em Espanha...

Lidar com bur(r)ocracia nunca foi o meu forte. Esta semana fui mais uma vez posta à prova, o que esgota a minha já escassa paciência.

Problemas informáticos também estiveram na ordem do dia. Dos dias! Não há nenhum prémio para a persistência? Esperava mais resultados...

Rever uma amiga. Conversas e prendas de Natal em atraso.

O Benfica ganhou.

Já com a semana a terminar uma decisão de última hora de vir de transportes. A triste constatação que já não sou "jovem" e que o bilhete fica um pouco mais caro. "Só temos em 1ª classe" - aí lembrei-me "Ah! Mas têm um acordo com a Ordem."
Encontar uma colega de liceu. Tão longe. Tão perto. Tão bom. Números de telefone trocados e a promessa de um café para por 10 anos de conversa em dia.
A viagem. O luxo da 1ª classe. O jornalzinho, e a simpatia "Só um por pessoa!". Lá tive de me contentar só com o Financial Times.
Sol de pouca dura, porque quando o sono aperta... deixo-me cair nos seus braços. Acordo com "Se houver algum médico neste comboio, por favor dirija-se ao bar." pelo altifalante.
Ainda meio entorpecida levanto-me e dirijo-me ao bar. Ora aqui está o reverso do descontinho no bilhete. Deixei de ser jovem. Agora sou médica.
Acompanharam-me junto de uma senhora que se estava a sentir mal. Fiz a minha avaliação da situação e dei um parecer. Ao exame físico nada objectivável. Havia sem dúvida uma componente psicológica. Lembrei-me dos ensinamentos desta semana. A importância do contacto físico, do tocar, do escutar. Vieram chamar-me novamente "Sabe, a senhora disse que se sentiu melhor enquanto lá esteve, não se importa de ir falar com ela?".
Lições deste dia:
As "urgências" são mais que pernas partidas ou paragens cardio-respiratórias.
E mesmo quando achamos que sabemos ou podemos fazer pouco, já fazemos muito.
Ser médico é "um dever e uma arte".
Chove, neste ALgarve que revisito. O meu avô vai ficar contente, porque as suas sementeiras vão dar mais fruto. O meu cahorro porque a terra fica mais mole para ele poder escavar nas suas brincadeiras. E eu porque estou em casa, no quentinho a ouvir chover lá fora.

Boa noite!

Amanhã (hoje!) o Kosovo proclama a sua independência. Estou curiosa. é sempre diferente quando ouvimos relatos na 1ª pessoa, de quem vive o sentimento. Adoro conhecer pessoas! Quando me perguntarem os meus hobbies vou dizer: Viajar e conhecer pessoas!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Coisas que me escapam

Uma multa de estacionamento, com um parquimetro a 2 metros.

Chegar a casa e constatar que esteve um rapariga presa no elevador durante 45 minutos. Ao ser liberta a primeirca frase que ouve é: "Dê-me os seus dados pessoais por favor".

Terem sido chamados os bombeiros e a polícia, e quem efectivamente veio salvá-la, vestia uma fato azul com uma inscrição bordada "mergulhador".

No dia seguinte, o elevador inutilizado era o do lado, exibindo uma placa "inspecção de segurança".

Nunca ter subido ao último andar do prédio.

MGF, mutilacao genital feminina

Receber mensagens de boa sorte, sem saber bem porquê.

Esquecer a data de aniversário da melhor amiga, que conheço desde que nasceu; em contra-partida, lembrar uma data que nunca devia ter acontecido.

Baixar as defesas, acreditar; e descobrir que a hipocrisia mora ao lado.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Mudança(s)

E o jogo parece ter resultado...

Remodelação abrangeu ministérios da Saúde e da Cultura
O primeiro-ministro anunciou hoje a substituição, a seu pedido, dos ministros da Saúde e da Cultura e do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, numa remodelação acolhida com fortes críticas à acção de Correia de Campos e a Isabel Pires de Lima.
www.publico.pt 29 Jan 08


Amanhã é dia de mudanças e dia de mudança.

Sê-la-à interior também?!

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Rir é o melhor remédio

É ao ver uma entrevista no jornal das 9 da SIC notícias com o excelentíssimo Ministro da Saúde, que vos escrevo.

Quando vos der aquela vontade louca de...

"matar políticos - o Jogo"*

(faltam aqui algumas personalidades)


Cuidado não acertem na Madre Teresa!



*esta agora fez-me lembrar aquela doente que tinha políticos no intestino! Que grande dor de barriga terá sido!

sábado, 19 de janeiro de 2008

Early bird

É sábado de manhã. Que bom! Finalmente pude dormir tudo o que me apetecia e sem despertador (coisa que não acontecia há 2 semanas).

Vamos ver as horas?

8:33 am e estou desperta, com vontade até de me levantar!
Abri a persiana do quarto (quando terá sido a última vez?).
Através das cortinas magenta entra uma luz alaranjada e quente, que inunda o quarto de uma boa disposição.
Hoje está sol!

Chego à cozinha, e tudo está diferente! A roupa no estendal, os tachos no fogão, os móveis e a bancada estão mais bonitos!

Na sala há uns reflexos verdes... Música agradável no rádio. Incenso de canela.

No quarto de banho, a imagem no espelho sorri para mim.

Sabe bem acordar assim.

Sumo de laranja do Algarve para começar.
Tarefas domésticas terminadas, vamos ver se sou contemplada com a inspiração que necessito.

Bom dia!!!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Pessoas que nos encontram

Já se tornou numa tradição esta minha aptência de conhecer pessoas de uma forma pouco convencional. Falo de viagens e meios de transpote (metro, autocarro, comboio, barco, avião...), e claro, não poderiam faltar as terríveis coincidências.

Mais importante que o sítio, é a "gente".

Tive o prazer de conhecer acidentalmente e reencontrar (repetidamente) Dali, durante a minha estadia no México.
Foi com grande alegria que percebi que aquele mail que por preguiça deixei ficar por abrir na minha inbox, de um endereço que não me era estranho, era mais que um presente de Natal, uma lição de vida.



Parabéns a todos os que dedicam parte da sua vida a causas que consideram importantes.
O obrigado não vem de fora, mas de dentro!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Dissertação natalícia

Mais uma época natalícia, e mais uma vez vimos a nossa caixa de entrada do telemóvel ser invadida por sms.

Muitas delas já conheciamos de anos anteriores, outras chegaram este ano de diferentes remetentes, e quase nos sentimos obrigados a responder, num acto obssessivo-compulsivo.


Este ano tentei combater a pressão social e comercial de tal acto, optando por mails e telefonemas. Foi uma experiência mais gratificante do que a abordagem convencional, (a sério, experimentem!) que pretendo repetir e optimizar.

Destaque especial para sms, no mínimo, originais:
“Pois, é véspera de Natal e estou fora de casa. A lua está cheia! Não tenho as chaves de casa! A ouvir arcade fire! Assim decidi decretar NATAL J Feliz Natal.” 24 Dez 1:10

“Uns karamelos inventaram esta mania de mandar sms a toda a gente e passamos os dia nisto! J Eu só mando a quem realmente merece. Feliz Natal!” 24 Dez 12:18

E o que aconteceu ao menino Jesus? Agora é o Pai Natal que traz a prendas. Mas qual Pai Natal? Portugal deve ser o país com maior concentração de Pais Natal pendurados, por metro quadrado!!! Assim como os Multibancos, acidentes rodoviários, incêndios, litros de vinho per capita, tuberculose, SIDA, número de recordes do Guiness... somos os máiores!

E os presentes? Ai os presentes... Não faria mais sentido Dia de Reis? Podíamos seguir o exemplo de nuestro hermanos... É que eles mandam o Pai Natal para a Holanda por isso têm que esperar pelos Reis, para terem presentes!

Boas Festas!